terça-feira, 25 de novembro de 2008

Biologia nos crimes
"A partir de pesquisas, ficou claro existirem áreas do cérebro envolvidas ou relacionadas com o comportamento agressivo. Mas isto é muito diferente de dizer que as estruturas neurológicas compostas por áreas do cérebro são inatamente organizadas para funcionarem como comportamento agressivo, e que, em suma, a única coisa necessária é o estímulo apropriado para desencadear os mecanismos que levarão ao comportamento agressivo.

Cérebros doentes com tendências criminais
Pamela Y. Blake, Jonathan H. Pincus e Cary Buckner - Neurologic abnormalities in murderers, 20 de 31 assassinos confessos e sentenciados possuiam diagnósticos neurológicos específicos:
- mais de 64% dos criminosos foram diagnosticados com anormalidades no lobo frontal
.

Muitos comportamentos associados às relações sociais são controlados pelo lobo frontal, que está localizado na parte mais anterior dos hemisférios cerebrais. Todos os primatas sociais desenvolveram bastante o cérebro frontal, e a espécie humana tem o maior desenvolvimento de todos.
Há muito tempo que os neurocientistas sabem que as lesões nos lobos frontais levam a anomalias graves em determinados comportamentos. O uso abusivo da lobotomia pré-frontal (lobos = porção, parte + tomos = corte, ou seja, corte do lobo frontal), como uma ferramenta terapêutica pelos cirurgiões em muitas doenças mentais nas décadas de 40 e 50, forneceu dados suficientes aos pesquisadores para concluir que a génese de muitas personalidades anti-sociais se encontra no lobo frontal.
Ilustração da leucotomia transorbital, uma operação cirúrgica que foi amplamente utilizada nos anos 50 para executar lobotomia pré-frontal em muitos tipos de doença mental. Desenvolvido pelo neurocirurgião americano Walter Freeman, ela consistia em inserir uma lâmina no “tecto” ósseo de uma das órbitas usando um martelo e anestesia local. O movimento da lâmina lesava conexões importantes entre as áreas frontais e o resto do cérebro.

Existem muitos exemplos de pessoas que adquiriram personalidades sociológicas devidas quer a lesões patológicas do cérebro quer a tumores.
Genética e criminalidapercentagem de quase 4%, contra 0,1% da população geral.
No caso da síndroma de Klinefelter
, com cariótipo 47-XXY, e que atinge 1 em 1000 homens, a afectação psico-orgânica é ainda mais marcada e 25% destes indivíduos revelariam comportamento antissocial.
A hipótese de o cromossoma X propiciar um ser menos agressivo não parece convincente porque as mulheres com síndroma de Turner
(XO) não são mais agressivas que as mulheres normais (XX) enquanto as mulheres com triplo XXX evidenciam mais problemas comportamentais que as mulheres normais.
A importância da hereditariedade é demonstrada em traços de carácter como a agressividade, a impulsividade ou a maior instabilidade emocional.
Lagerspetz, na Finlândia, separou, a partir de uma adopção cruzada, os ratos mais agressivos dos não agressivos. Após cruzar algumas gerações de ratos (machos e fêmeas) obteve uma espécie altamente agressiva. Similarmente, quando se cruzavam ratos de diferente género não agressivos obtinha-se uma espécie de ratos não agressivos que dificilmente reagia às provocações de que era vítima. O investigador demonstrou que as diferenças entre a agressividade dos ratos não só se deviam a factores do meio, mas também a factores genéticos.
Poder-se-ia deduzir que nos humanos tudo se passaria de modo semelhante. No entanto, o facto de estes terem uma enorme capacidade de aprendizagem, viverem muitos anos na dependência de educandos, não se poderem cruzar segundo o livre-arbítrio dos investigadores não permite extrapolar que as conclusões obtidas a partir de investigações com animais sejam sobrepostas e extensíveis aos seres humanos. Por isso, estudos de gémeos e estudos de adopção passaram a ter uma grande importância.
A influência dos g
enes na vida psíquica do indivíduo poderá ser equacionada de relevante (ou não), não apenas enquanto determinante directa de uma maior propensão agressiva, mas também enquanto determinante indirecta; ao atribuir ao sujeito determinadas características (herdadas genéticamente) como a debilidade intelectual ou a impulsividade, as quais, particularmente se conjugadas no mesmo indivíduo, não deixarão de se repercutir na inserção vivencial do sujeito e potenciar um comportamento homicida. E, se adicionarmos a estas características do indivíduo uma educação propiciada por pais igualmente limitados, eventualmente alcoólicos, e vivendo num meio degradado, percebemos como certas características biológicas se podem associar a factores culturais, educativos ou sociais, no sentido de potenciarem circunstâncias que levem o sujeito a cometer um homicídio.
Alvo do maior interesse e estudo têm sido as mutações geneticas
. As relativas ao cromossoma 47 foram, desde há muito apontadas como um dos factores causais deste aumento de agressividade e criminalidade.
Contribuiu para isso o facto de os indivíduos com um cariótipo 47xyy (síndrome de supermasculinidade
), ou seja, com um cromossoma y suplementar, terem, além da frequente debilidade mental, propensão à violência e serem, frequentemente encontrados entre a população prisional numa percentagem maior do que seria de esperar.

1 comentário:

  1. o blog tá excelente!
    Parabens!
    Por acaso tou a fazer um trabalho e vim aqui parar e ajudou imenso!
    É certo que o nosso cérebro é um grande enigma.
    estou a estudar psicologia e ha varias teorias explicativas do comportamento agressivo.
    O nosso organismo é uma caixa de surpresas!

    Beijinho e continuem *
    // Uma futura Psicóloga criminal

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cometem amigos!...prometemos surprender.vos
pois isto nao é apenas mais um trabalho mas antes uma diversao..uma forma de conhecimento do crime...queremos aprender com voces!..obrigado a todos os que nos comentam, fiquem bem e cuidado com akeles moços que usam as calças a verem.se os slips ;)